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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Piquet e Mansell criticam tecnologia da F-1 atual: 'Fazíamos muito mais'


Campeões mundiais de Fórmula 1, Nelson Piquet e Nigel Mansell protagonizaram algumas das melhores corridas da história da categoria durante toda a década de 1980 e o início dos anos 1990. Integrantes de uma geração que contava ainda com feras como Ayrton Senna, Alain Prost, Keke Rosberg, Niki Lauda, entre outros grandes nomes, o brasileiro e o inglês elogiam os atuais campeões, como Fernando Alonso, Sebastian Vettel, Kimi Raikkonen, Lewis Hamilton e Jenson Button. Mas fazem uma ressalva: a diferença na importância do piloto no resultado final em relação ao passado.

- Não há dúvida de que são ótimos pilotos. Mas é claro que muita coisa mudou, antigamente a gente precisava saber mais sobre os carros e trabalhava mais com os engenheiros. Mansell e eu corremos em uma era sem telemetria, a gente tinha que explicar o desempenho do carro. Hoje em dia, é preciso ser rápido e não cometer erros durante 70 voltas. Se conseguir isso, está ótimo. Na nossa época, era preciso preparar o carro. Era mais complicado. A tecnologia tem um papel maior agora – diz Piquet, que conquistou seus três títulos guiando carros equipados por três fornecedores de motores diferentes.
De fato, o período em que os dois competiram na F-1 foi um tempo de transformação do automobilismo. Uma era que marcou o surgimento de alguns itens nos carros, como a suspensão ativa, o câmbio semiautomático e a direção hidráulica, além do uso da telemetria para coleta de dados em tempo real. Algumas destas inovações foram proibidas, outras aprimoradas de forma exponencial. Tanto que muita coisa já faz parte das linhas de montagem dos carros de rua.

- Os carros que nós guiávamos não tinham direção hidráulica. Para trocar de marcha, usávamos a embreagem. Eram três pedais a serem sincronizados, se passássemos a marcha errada, o motor estourava. O piloto fazia muito mais, o carro precisava ser administrado. Nelson e eu tivemos corridas que ele ganhava de mim ou eu ganhava dele graças a um único erro na troca de marcha. Era tudo o que separava a vitória da derrota – frisa Mansell, que sofreu 93 abandonos por quebra ou acidente em seus 187 GPs.
Conhecido pelo seu talento no desenvolvimento dos carros com os quais competiu, Nelson Piquet reforça que a tecnologia fora das pistas também está ajudando a acentuar o esvaziamento de algumas categorias de base do esporte a motor. Campeão britânico de Fórmula 3 em 1978, ano em que também ingressou na F-1, o brasileiro lembra que aquele campeonato ajudava os novos pilotos a conhecer as pistas, algo que hoje é feito em modernos simuladores.

- Às vezes, na F-3 Inglesa ou na F-3 Europeia, os pilotos experimentavam os circuitos. Quando chegavam ao primeiro ano de F-1, já sabiam o que fazer. Por isso a Fórmula 3 era importante na época. Não havia simulador, é claro. Nunca entrei em um simulador, e às vezes vejo meus filhos jogando videogames. Uma vez olhei e consegui reconhecer que estavam em Monza, é muito parecido. Acho que a sensação não é a mesma, mas é muito útil hoje em dia – afirma o tricampeão.


Fonte: SporTV

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