Pelo ouro olímpico, judocas superam lesões e miram prêmio de R$ 1 milhão

Equipe que representará o judô brasileiro em Londres

Os judocas brasileiros terão uma motivação extra para buscar a medalha de ouro em Londres. Na apresentação da equipe, que vai completa aos Jogos Olímpicos, o presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Paulo Wanderley Teixeira, prometeu uma premiação de R$ 1 milhão a ser distribuída entre os medalhistas da competição – o que engloba os 14 atletas que lutarão na capital inglesa. Veteranos dos pódios em Jogos anteriores, Leandro Guilheiro e Tiago Camilo dizem que a maior motivação vem da cobrança que eles próprios fazem em busca de seus objetivos pessoais. E diluem a pressão de representar um esporte que há duas décadas não conquista o ouro olímpico.
- A medalha de ouro é um objetivo desde que eu subi de categoria, em Pequim, e desde então só foi treinar em busca de meu sonho. Independentemente de fazer 20 anos ou não, muita gente aqui tem o sonho de ser campeão olímpico, então acredito que a medalha vai sair nesta equipe – disse Tiago, que luta na categoria até 90kg.
Prata nos Jogos Olímpicos de Sidney, em 2000, e bronze em Pequim, 2008, Camilo garante que a lesão sofrida no Grand Slam de Paris, em fevereiro, já é passado. A hérnia de disco o deixou afastado de algumas competições classificatórias, o que aumentou as chances de perder a vaga para o compatriota Hugo Pessanha. Classificado pelo ranking olímpico após os descartes, o paulista já pensa na fase final da preparação antes de embarcar para Londres.
- Vou chegar 100%. Tive uma lesão no início do ano, mas já estou totalmente recuperado, treinando normalmente. Vou para o Japão na próxima semana, fico três semanas lá e embarco dia 15 de julho para a Inglaterra. Está tudo caminhando bem, estou muito feliz com minha preparação e as pessoas que me acompanharam nos últimos três anos na parte técnica sabem o quanto eu caminhei para chegar até aqui – confia o judoca, frisando o “pensamento positivo” para garantir o ouro.
Vinte anos depois de Rogério Sampaio ser campeão olímpico, o líder do ranking mundial na categoria até 81kg se diz mais maduro para buscar o ouro. Aos 28 anos, Leandro Guilheiro diz que o histórico de lesões que marcou o ciclo entre as medalhas de bronze conquistadas nos Jogos de 2004 e 2008 não incomoda mais.
- Amadureci muito não só como atleta, mas como ser humano. Nestes últimos oito, doze anos, eu passei por muita coisa, tive altos e baixos, então hoje eu chego com mais bagagem de vida, mesmo. E o que eu tenho tentado fazer é transferir isso para o tatame da melhor forma possível. A medalha olímpica sempre foi e continua sendo a minha maior motivação – confessa o competidor.
Aos 25 anos, Rafael Silva é um dos nomes que prometem manter a tradição brasileira de conquistas nos tatames olímpicos. Otimista, o judoca destaca o fato de a delegação embarcar com representantes em todas as categorias, tanto no masculino, quanto no feminino. E admite que as duas décadas sem uma medalha de ouro geram, ao mesmo tempo, pressão e motivação.
- A gente leva um pouco das duas coisas, mas tenta dar uma isolada na pressão, só pensando em lutar bem. Espero que esse ouro saia para o Brasil, que está fazendo história ao levar a equipe completa. Temos grandes chances de trazer um bom resultado de Londres – analisa Rafael, que disputa a categoria acima de 100kg.

Confira os judocas que representarão o Brasil no masculino em Londres:

-60kg: Felipe Kitadai (11º no ranking)
-66kg: Leandro Cunha (4º no ranking)
-73kg: Bruno Mendonça (10º no ranking)
-81kg: Leandro Guilheiro (1º no ranking)
-90kg: Tiago Camilo (6º no ranking)
-100kg: Luciano Correa (15º no ranking)
+100kg: Rafael Silva (3º no ranking)

Fonte: Globo Esporte.com