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sexta-feira, 2 de março de 2012

XV busca na estatística solução pra sair do buraco no Paulistão


- Eu trabalho somente com a razão. Emoção é com quem está ali à beira do campo. Meu trabalho é analisar números, fazer a relação com as imagens e apontar alternativas. Ai cabe ao treinador tomar a decisão – diz Gama, no clube desde a chegada de Estevam. Os dois trabalham juntos há um ano.

- O que eu faço não ganha jogo. Se fosse assim a gente não tinha perdido os quatro jogos. Mas ajuda a encontrar o equilíbrio. Nossa equipe já melhorou nestas partidas. Sempre faço uma divisão com pontos fortes e fracos nossos, oportunidades e ameaças do adversário. O ideal é que nosso ponto forte bata com as oportunidades que a outra equipe oferece. Já a relação ponto fraco x ameaças é preocupante – diz.
Para chegar ao “quadrado mágico”, Gama usa um programa que analisa todas as partidas do Paulistão. Lá estão números individuais e coletivos de conclusões a gol, desarmes, faltas, entre outros. Aliado aos números, o auxiliar grava todos os jogos do XV com uma câmera aberta, para observar todos os atletas.

- O número por si só não retrata fielmente o que acontece em campo. Não adianta, por exemplo, nosso time ser muito bom no desarme no campo de defesa. Pode até desarmar menos, caso seja no meio-de-campo. Tem de se pensar na consequência da jogada. Se há um desarme no meio, conseguimos puxar um contra-ataque. Lá atrás, significa que estamos sob pressão.

Nesta quinta-feira, Gama retirava dos números estatísticos os erros cometidos pelo XV na derrota para o Mirassol e estudava o São Paulo, adversário de domingo. Do Tricolor, o auxiliar adianta que a maioria das jogadas são armadas pelo meio-de-campo e não pelas laterais, como ocorre na maioria dos adversários. A análise será entregue ao treinador na sexta-feira, antes do coletivo-apronto, e poderá resultar em mudanças na escalação. Os pontos fracos ele não revela. Faz parte do jogo.

- Não vou dar este gostinho para o adversário, né? Mas ponto fraco todo mundo tem. No Brasil, vejo o Corinthians como a equipe de melhor padrão tático. Em casa, fora, o esquema é sempre o mesmo. Mas falha tem em todos os clubes. Eu tenho na minha cabeça até os erros do Barcelona. Só que eles têm muitos pontos fortes e os erros ficam praticamente escondidos.

A análise, feita em tempo real, permite que o auxiliar dê ‘palpites’ até durante as partidas. Das tribunas do estádio, ele se comunica com o outro auxiliar de Estevam Soares, Gerson Sodré.

- Contra o Mirassol, mudamos o esquema aos 20 minutos de jogo. O Adilson Goiano foi recuado para atuar como zagueiro para que os laterais pudessem descer e segurar os deles, porque estávamos muito vulneráveis no setor. Se analisar o resultado, vai parecer que não surtiu efeito. Não é bem assim.O Eric, que foi o grande jogador em campo, teria aina mais oportunidades se não tivessémos feito estes ajustes. Sabíamos que ali era o principal ponto forte dele. É um dos jogadores que mais cruza e conclui a gol em todo o campeonato.

Por fim, Gama faz um apelo para que os clubes invistam mais em sofwares que façam a análise.

- Este trabalho serve para ter uma melhora a médio, longo prazo. Na Europa o conceito já está presente em todos os clubes. Eles têm um padrão de jogo. Aqui muda treinador, contrata jogador no meio da competição, etc. São poucos os clubes que investem nesta análise. Mas a tendência é melhorar – finaliza.
Fonte:
Globo Esporte.com

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