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quinta-feira, 26 de julho de 2012

Cavaleiro piracicabano vai a Londres



Nascido há 42 anos em Piracicaba, o cavaleiro Marcelo Tosi já tem o seu passaporte carimbado para as Olimpíadas de Londres. Único piracicabano presente na delegação de 259 atletas que estarão na competição, o atleta do CCE (Concurso Completo de Equitação) possui no currículo participações em três Olimpíadas — Sidney-2000, Atenas- 2004 e Beijing-2008 —, além de ter conquistado a medalha de bronze por equipes no Pan de Guadalajara, em 2011, montando o cavalo Eleda All Black.


Nesta entrevista exclusiva concedida ao Jornal de Piracicaba direto de Devizes, Sul da Inglaterra, aonde mora, Tosi conta um pouco de sua relação com Piracicaba e de sua carreira no esporte, além da expectativa em relação aos Jogos Olímpícos.


Qual a sua relação com Piracicaba?

Eu e meus irmãos Paulo e Gláucia somos nacidos em Piracicaba. Sou filho do ex-esalqueano Hugo Tosi e de Rosa Helena Tosi, da família Stolf Schiavon. Com quatro anos, nos mudamos para Jaboticabal, mas na minha infância costumava ir de duas a três vezes por ano passar uns dias na casa de minha avó, Lídia Stolf, na rua XV de Novembro, bem em frente à escola Sud Menucci. Também tenho uma tia, Roselis Schiavon, e dois primos, Nilson e Marcos, todos piracicabanos. Moro há mais de oito anos na Europa, mas ainda tenho alguns amigos aí, todos relacionados ao esporte.

Como foi sua trajetória até representar o Brasil nas Olimpíadas?


Sempre fui competitivo. Comecei no hipismo por intermédio do meu pai, que era professor na Unesp (Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho) de Jaboticabal de equideocultura. Aos nove anos já ganhava torneios e, naturalmente, você quer mais conquistas. Estive pré-selecionado para as Olimpíadas de Barcelona-92, mas meu cavalo teve uma lesão. A chance veio mais tarde, em Sidney- 2000. Acredito que minha persistência vem da adolescência, quando meus pais fizeram o possível e o impossível para que eu seguisse no esporte. Além é claro, da minha dedicação diária.


Como funciona o CCE?


Ele é composto por três provas. No primeiro dia, temos o adestramento. Depois temos o cross-country e o terceiro dia de prova é composto pelo salto. Nas provas são avaliadas a harmonia do conjunto cavalo-cavaleiro e a submissão do animal no adestramento. Também são avaliados a resistência e a coragem no percurso do cross-country, que possui 32 obstáculos naturais. E, por último, no terceiro dia, a técnica, a habilidade e a frieza do conjunto em transpor um percurso de saltos.


Como funciona a relação entre o cavalo e o cavaleiro? O ‘feeling’ é importante?


Sim, a sintonia tem que ser perfeita, o conjunto tem que parecer um só. O cavalo tem sentimentos como o ser humano. Assim, quanto mais tempo juntos, maior é a sintonia.


O que pesou na decisão de morar no exterior?


Pesou a vontade de evoluir dentro do esporte. Além da Inglaterra, também morei na Bélgica, com o Nelson Pessoa (principal precursor do hipismo no Brasil, pai do cavaleiro Rodrigo Pessoa). Em toda a Europa o hipismo é muito forte. Na Alemanha e na Bélgica, por exemplo, ele é o segundo esporte mais praticado. A Inglaterra, em especial, é o berço do CCE, chegando a ter 300 competições por ano. A tradição do cavalo está no sangue do inglês.

Fonte: Jornal de Piracicaba

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