Segundo maior artilheiro da seleção brasileira de futebol de areia, com 318 gols - superado apenas por Neném, que anotou 336 -, Júnior Negão é o novo técnico da amarelinha. Aos 47 anos, o ex-capitão da equipe canarinho assume no lugar do pernambucano Guga Zloccowick - que permaneceu no cargo por 13 meses (35 jogos e 31 vitórias). Sua apresentação oficial será na próxima sexta-feira, ao lado da nova comissão técnica, no Centro de Treinamento da Federação de Beach Soccer do Estado do Rio de Janeiro (FEBSERJ), nas areias do Leme, na capital fluminense. Tempo curto e de muito trabalho, já que a temporada será repleta de torneios importantes, começando por dois quadrangulares internacionais. O mais importante vai acontecer na cidade argentina de Merlo: as eliminatórias sul-americanas, de 10 a 17 de fevereiro, que levará o campeão para a 3ª Copa Intercontinental de Dubai e valerá três vagas na Copa do Mundo, de 18 a 28 de setembro, no Taiti. Acostumado às vitórias, Negão sabe do potencial do time e aposta em dois pilares: trabalho e confiança.
- Temos que mostrar, novamente, o melhor futebol de areia do mundo. Temos os melhores jogadores e precisamos treinar, trabalhar forte, recuperar a alegria, voltar a atacar como Brasil, isso sempre foi o diferencial da seleção brasileira, por isso sempre fomos vencedores. Treinando forte, vamos evoluir, a confiança vai voltar, o time vai lutar e conquistar títulos importantes - afirmou o novo treinador.
Há quatro anos, em 28 de dezembro de 2008, o amistoso "Encontro de Gerações" marcava a aposentadoria de Negão, recordista de partidas oficiais pela seleção brasileira (318 jogos), em Vitória (ES). De lá para cá, o ex-jogador investiu numa carreira de dirigente, passando pela Federação de Beach Soccer do Estado do Rio de Janeiro (FEBSERJ) até assumir o projeto de futebol de areia do Vasco da Gama, que transformou o clube num colecionador de títulos: campeão do 1º Mundialito (2011), medalhista de ouro na Copa Brasil (2011) e primeiro colocado no Desafio Rio-São Paulo (2010), entre outros, incluindo ainda conquistas no feminino.
- Esse ano é um ano importante, é ano de eliminatórias e de Copa do Mundo. O Brasil vai lutar para estar no Taiti, buscando o pentacampeonato e recuperar a hegemonia no esporte. Não podemos abrir mão da experiência, montar uma base que tenha qualidade e também juventude, mesclar isso da melhor maneira. Estou tranquilo e confiante. Teremos duas semanas para trabalhar visando esses dois torneios em janeiro e vamos aproveitar esse tempo da melhor maneira para fazer uma boa preparação - frisou o novo treinador.
O ex-jogador assume o comando do time verde amarelo quatro anos após a sua despedida nas areias.
- Quatro anos, o tempo passou rápido, e o primeiro treino será no dia 4. Meu número da sorte é quatro, acho que estou voltando na hora certa e espero que essa sorte me acompanhe. A praia é a minha casa - completou.
Júnior Negão começou a carreira como jogador de futebol nas divisões de base do Flamengo, em 1981. O convite veio de Sebastião Lazaroni, treinador rubro-negro na época, que o viu jogando na praia. Ficou na Gávea até 1983. No ano seguinte, subiu para os juniores e passou a defender as cores do Fluminense. Como profissional, teve sua estreia no América (MG), onde permaneceu entre 1985 e 1988. Depois, chegou a jogar na Venezuela (Desportivo Itália), nas temporadas 1988 e 1989, e, em seguida, no futebol da Costa do Marfim (África, em 1990). Ao todo, das categorias de base até a profissional, marcou 86 gols. "Cria" do Leme, praia que frequentou desde criança, o filho do Seu Hilton começou a jogar o futebol de 11, onde defendeu clubes tradicionais da orla carioca, como Colorado, Areia, Copaleme e Racing. Ainda perto do mar, mas no futebol de areia, vestiu a camisa do clube do coração, o Vasco da Gama, conquistando o bicampeonato carioca (2001/04), além de cinco títulos do Brasileiro de seleções (1997/98 pelo Rio de Janeiro e 2002/03/04 por São Paulo).
Júnior Negão escreveu seu nome na história vestindo a amarelinha. Há 19 anos, em 1994, foi convidado para fazer parte da recém-criada seleção brasileira de futebol de areia, que tinha ídolos dos gramados em sua formação, como Paulo Sérgio, Júnior, Edinho, Zico, Cláudio Adão. Era a "época de ouro" da modalidade. Foi de Negão o primeiro gol do Brasil na praia, marcado na vitória sobre os Estados Unidos por 4 a 2, no 1º Mundialito, nas areias de Copacabana. Foi de Negão também o primeiro gol da Copa do Mundo FIFA, no mesmo local, em 2005. Tricampeão do torneio como capitão da equipe canarinho, o ex-camisa 8 ajudou o país a conquistar outros nove títulos do extinto Campeonato Mundial (95/96/97/98/99/00/02/03/04).
Após 15 anos defendendo o país como jogador, Negão volta a vestir a camisa amarela, com a missão de liderar e comandar a seleção, dessa vez, do lado de fora de quadra.
Fonte: Globo Esporte.com
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