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sábado, 17 de novembro de 2012

Figuras históricas exaltam os 99 anos do XV de Piracicaba


Próximo de adentrar ao seleto grupo dos clubes centenários, o XV de Piracicaba, tradicional clube do interior paulista, comemora nesta quinta-feira seus 99 anos de existência, trazendo como grande presente a participação da agremiação pelo segundo ano consecutivo na elite do futebol estadual de São Paulo.

Em 1910, duas famílias piracicabanas, Pousa e Guerrini, comandavam o futebol amador do município. A primeira gerenciava o Esporte Clube Vergueirense, enquanto os Guerrini tomavam conta do 12 de Outubro. Em outubro de 1913, ambas a famílias resolveram montar uma única equipe que representasse a cidade.

Para comandar o clube que estava se formando com a fusão das duas famílias convidaram então Carlos Wingeter, cirurgião dentista e capitão da Guarda Nacional. Wingeter aceitou o convite, porém com apenas uma exigência: o nome do novo time teria que ser XV de Novembro, em homenagem à data marcada pela proclamação da República.

Nesta rica história e beirando os 100 anos, personagens se destacam como Edson Rontani, criador da mascote oficial da equipe, o ex-atleta Doriva, integrante da equipe de 1995 e o último atleta quinzista a vestir a camisa da seleção brasileira, Luís Beltrame, ex-presidente do clube e responsável por grande parte da organização das comemorações do centenário, Moisés Egert, ex-treinador da equipe que conquistou o acesso na Série A3, além de vencer com a equipe a Série A2 do Campeonato Paulista de 2011.

O caipira Nhô Quim

Um caipira autêntico. Assim é a mascote do XV de Piracicaba conhecido nacionalmente por Nhô Quim. O desenho, criado pelo conceituado artista piracicabano Edson Rontani, falecido em 1997, retratou o típico torcedor da cidade que se acostumou a grandes participações do XV na história do Campeonato Paulista.

Filho do célebre artista, Edson Rontani Júnior, jornalista e radialista, falou sobre o trabalho do seu pai e a paixão pela mascote adotada pelo XV de Piracicaba. “O mascote está ligado ao nome do seu criador. Assim como também é ligada ao nome do EC XV de Novembro. O mais importante é que desde 1948 inspira torcidas e até mesmo a geração atual dá uma vida nova ao personagem, remodelando-o, adaptando-o atualidade. É a eternização de um sonho que começou como diversão”, disse.
Sobre Nhô Quim, o jornalista explicou a idealização do mascote e a repercussão do mesmo durante esse anos de existência. “Piracicaba é uma cidade na qual o cidadão nato puxa o ‘r’. É uma fala caipira que pegou. Sempre tivemos a fama de falar como caipira. O Nhô Quim representava, então este ‘caipira da gema’", disse. “A repercussão foi imediata. Tanto que meu pai o desenhou de 1948 a 1997, quando faleceu. Foram 50 anos eternizando a memória da mascote”, concluiu.

O último canário amarelo

Alguns personagens marcam seus nomes na história do clube. No caso do quase centenário XV de Piracicaba, são muitos os ídolos que ajudaram a construir a mítica camisa zebrada como: Chicão, Nilton de Sordi, Gatão e Doriva, este, que foi o último representante do XV de Piracicaba a vestir a camiseta amarela do selecionado nacional.

Dorival Guidoni Júnior, mais conhecido como Doriva, nasceu em Nhandeara, interior de São Paulo, em 28 de maio de 1972. Começou a jogar futebol no São Paulo em 1991, passando depois por Anapolina (GO), Goiânia (GO), XV de Piracicaba, Atlético Mineiro, Porto (POR), Sampdoria (ITA), Celta de Vigo (ESP), Middlesbrough (ING), Blackpool (ING), América e Mirassol.
Tendo como grande marca com a Seleção a disputa da Copa do Mundo de 1998, Doriva falou sobre o XV de Piracicaba, clube no qual abriu as portas para a equipe nacional. “Não tenho dúvidas ao afirmar que o XV de Piracicaba me abriu as portas para o time nacional, minha única frustração foi não participar dos jogos decisivos daquele ano pela equipe quinzista que acabou culminando no descenso da agremiação”, afirmou.

Fazendo parte da história da equipe, Doriva falou sobre o sentimento que nutre por ela. “Profissionalmente, o XV de Piracicaba foi essencial para a minha carreira. Mas, creio que vai muito além disso. Lembro com carinho dos profissionais e da torcida, foi um período importantíssimo para mim e para a minha família”, disse Doriva.

Finalizando, Doriva comentou sobre as suas expectativas para a equipe de Piracicaba em 2013. “A equipe se manteve na elite do futebol estadual e para o ano que vem espero um elenco bem forte e competitivo, um grupo que faça que nem o Guarani neste ano, que mesmo sem muito investimento conseguiu chegar aonde chegou, jogando com garra, dedicação e amor à camisa”, comentou.

O precursor da elite

Ex-jogador profissional, após abandonar o futebol dentro das quatro linhas, Moisés Egert iniciou seu trabalho fora dos campos como auxiliar técnico da equipe de Piracicaba. Sua primeira oportunidade como técnico surgiu em outubro de 2009, após o pedido de demissão do então treinador Lelo, na Copa Paulista. Mas, apesar do bom desempenho no comando da equipe, a diretoria do XV anunciou a contratação de Nei Silva para a Série A3 de 2010.

Sob o comando de Nei Silva, o XV iniciou o campeonato oscilando. Diante da péssima campanha, Nei foi demitido, fazendo com que Moisés Egert assumisse a equipe mais uma vez. Durante o estadual, Egert correu sérios riscos de deixar o comando. No entanto, após uma vitória de 2 a 0 contra o Araçatuba, na casa do adversário, Moisés ganhou a confiança da diretoria e da torcida, sendo mantido de forma definitiva no cargo. Após bons jogos, ele brilhou pela primeira vez no comando do XV, conduzindo a equipe no acesso para a Série A2, após o épico empate contra o Comercial, que ficou conhecido como a ‘Batalha de Ribeirão’.

Já pela Copa Paulista, Egert cumpriu mais uma boa campanha. No entanto, sem muitos reforços, a equipe foi eliminada nas quartas de final. Em 2011, o trabalho de Egert começou sob muitas críticas, mas a cada classificação de fase no estadual, seu prestígio com a torcida e com os dirigentes só aumentava. Se não bastasse a conquista do acesso, Moisés conseguiu o primeiro título de sua carreira como técnico. Após uma partida muito disputada contra o Guarani, no Estádio Barão de Serra Negra, o XV conseguiu o título nos pênaltis, levando ao delírio os quase 20 mil torcedores que lotaram o Barão.

Fazendo parte da história do XV de Piracicaba, o técnico falou sobre o que representa o time em sua vida. “O XV é especial para mim. Como jogador, meu melhor momento foi aqui. Foi a equipe que me abriu as portas. Depois, também foi o time que abriu as portas no meu pós-carreira”, afirmou Moisés.

Relembrando os momentos mais marcantes de sua passagem pela equipe, o treinador destacou a final da Série A2 do Campeonato Paulista contra o Guarani. “Foi um jogo difícil. O Guarani soube se segurar. Estávamos com um a mais e conseguimos jogar direito, o que às vezes não é fácil. Fomos melhores a todo o momento e o título premiou a equipe que merecia ser campeã”, disse.

Amigo e grato pelo trabalho prestado, o ex-presidente do clube, Luís Beltrame falou com carinho sobre a passagem de Moisés Egert. “Somos eternamente gratos ao Egert. Ele conseguiu levar o XV à primeira divisão depois de 16 anos. Ele é incontestável aqui na cidade. Egert estará para sempre na história no clube”, concluiu.

O prefácio do centenário

Natural de Piracicaba, Luis Beltrame ingressou no clube em 2002 como diretor de futebol. Em 2008 chegou à presidência e já pode ser considerado uns dos maiores dirigentes da história do clube. Desde que assumiu as principais conquistas do XV foram: o vice-campeonato da Copa Paulista em 2008; os acessos para a Série A2 em 2010, e em 2011 o tão sonhado retorno à elite do futebol paulista, após 16 anos de espera; sagrando-se também como pentacampeão da Série A2.

Feliz pelos 99 anos, Beltrame mandou uma mensagem aos torcedores quinzistas espalhados pelo Brasil. “2012 foi muito importante para a história do clube, apesar do nosso desempenho no estadual não ter sido muito bom, voltamos definitivamente aos holofotes do futebol brasileiro, tivemos grandes jogadores contratados e grandes técnicos. Mas, para o nosso centenário tenho certeza que será bem melhor, estaremos com Sérgio Guedes no comando da equipe e vamos montar um elenco que faça jus aos 100 anos da nossa querida agremiação”, afirmou.

Por fim, o ex-presidente do XV de Piracicaba falou sobre 2013, ano do centenário do clube. “Já fizemos alguns projetos visando os 100 anos da equipe como: O Cruzeiro XV. Mas, para 2013 não posso adiantar nada, apenas posso dizer que será uma comemoração grandiosa, algo digno de um clube que completará 100 anos de existência”, finalizou Beltrame.


Fonte: Federação Paulista de Futebol

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