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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

BOMBA: Fabão acusa ‘calote’ do Comercial-SP e analisa oferta do Mamoré

 

O zagueiro Fabão sempre foi bastante elogiado por sua simplicidade e simpatia. Pode ser definido como um “cara legal”. Em entrevista exclusiva à GE.net, o campeão mundial de 2005 pelo São Paulo manteve a mesma postura do passado e falou pacientemente sobre todos os assuntos. E, apesar da ternura que envolve a sua personalidade, revelou ser mais uma vítima do lado nefasto do futebol: os calotes.

Ao falar sobre a passagem pelo Comercial no Campeonato Paulista de 2012, Fabão reclamou que recebeu apenas um mês de salário – atuou de janeiro a abril no clube de Ribeirão Preto. Agora, será obrigado a apelar para a Justiça, contudo não irá escapar do prejuízo.

“O presidente (Nelson Lacerda) falou que ia me pagar, eu ligo para ele e não me atende. Eu fico triste com isso, sabe? Agora você tem que entrar com uma ação e deixar metade do valor que era seu com um advogado”, disse, em entrevista por telefone.

Em tom descontraído, Fabão confirmou uma conversa para defender o Mamoré na segunda divisão do Campeonato Mineiro em 2013 e ajudar um amigo, o que provavelmente seria a sua despedida do futebol aos 36 anos. Ainda contou histórias hilariantes da passagem no futebol chinês e os planos para o futuro. O zagueiro já trabalha com uma construtora, inclusive ao lado do volante Josué (seu ex-companheiro de São Paulo que atualmente joga no Wolfsburg, da Alemanha), e pretende, em breve, iniciar a carreira de auxiliar técnico.

Acompanhe a entrevista com o zagueiro Fabão:

GE.NET – O presidente do Mamoré, Beto Ribeiro, revelou a intenção de te levar para a disputa da segunda divisão do Campeonato Mineiro. Como estão as negociações?
FABÃO: Eu ainda estou esperando a resposta. Ele é irmão da Renata, que é amiga da minha esposa. A gente se encontrou em um batizado e batemos um papo. Então, ele perguntou se eu gostaria de jogar. Eu respondi: depende. Eu passei uma proposta e estou aguardando.

GE.NET – Como seria a experiência de jogar na segunda divisão mineira?
FABÃO: Olha, eu já estou quase me aposentado do futebol. O Beto Ribeiro é um amigo e, para ajudar os amigos, a gente aceita, não tem problema.

GE.NET – Você estava pensando em parar depois de jogar o Campeonato Paulista pelo Comercial?
FABÃO: Na verdade, você vai para o clube que não tem aquela estrutura que está acostumado e ainda não recebe, então acaba ficando meio triste com toda essa situação.

GE.NET – Quer dizer que o Comercial não honrou com o seu contrato?
FABÃO: Não pagou. O presidente falou que ia me pagar, eu ligo para ele e não me atende. Eu fico triste com isso, sabe? Agora você tem que entrar com uma ação e deixar metade do valor que era seu com um advogado.

GE.NET – O Comercial não te pagou nem sequer um mês?
FABÃO: Eles pagaram um mês e depois mais nada, ficaram enrolando, enrolando e não depositaram, até hoje estou esperando. Eu gosto bastante do pessoal de lá, todos me trataram muito bem. Mas eu tenho família e também preciso receber.

GE.NET – Foi a primeira vez que você passou por essa situação de não receber?
FABÃO: Foi a segunda vez. No Guarani (clube que defendeu no segundo semestre de 2010), eu também fiquei sem receber. Não pagaram ainda. E agora demora, a gente sabe como é a Justiça.

GE.NET – O presidente do Mamoré disse que dá garantias de seu pagamento. Isso te tranquiliza?
FABÃO: Tranquiliza, sim. O Beto é um cara sério, e irmão de uma amiga. Eu fico mais tranquilo.

GE.NET – Falando um pouco mais da sua carreira, você esteve na China antes de voltar para o Guarani em 2010. Como foi essa experiência?
FABÃO: Olha, você estranha mais a cultura do que o futebol. O problema foi mais a língua, eu senti bastante dificuldade com o idioma. O técnico era coreano, não ajudava muito (risos). Depois, veio um holandês, que falava inglês. Porra, eu não falo nem português direito, imagina o inglês.

GE.NET – Mas como era a comunicação contigo?
FABÃO: Tinha um intérprete que falava mais ou menos 40% de português (Fabão cai na gargalhada neste momento). Eu entendia tudo mais ou menos, perguntava alguma coisa e ele não sabia me responder. E mais: o intérprete não sabia nada de futebol.

GE.NET – Na China, há também a culinária bem diferente do Brasil. Você comeu algo de exótico?
FABÃO: A verdade é que não tenho dificuldade para comida, foi tranquilo. Eu comi escorpião e foi bom demais. Eu não tenho problema nenhum para comida, velho.

GE.NET – Você teve a passagem marcante pelo São Paulo, com o título da Libertadores e do Mundial de 2005. Continua conversando com o pessoal do Tricolor? Muitos jogadores falam frequentemente com o Milton Cruz.
FABÃO: Não tem como fugir, o momento mais importante da minha carreira foi no São Paulo. Mas não teve nenhum contato para a minha volta depois que saí de lá e também não falo com ninguém. Com o Milton, falei só quando eu estava no Comercial e enfrentamos o São Paulo, é um cara que gosto bastante. Mas não sei o motivo de não termos contato.

GE.NET – Atualmente, a zaga é o setor mais criticado do São Paulo. Como você vê a dupla Rhodolfo e Tolói?
FABÃO: A verdade é que antes o futebol brasileiro sempre tinha jogadores mais experientes para dar aquele talento no grupo, dar experiência. Hoje você não vê isso, tem muito empresário envolvido, o clube quer investir mais jovens.

GE.NET – Então ajudaria a presença de um jogador mais rodado na defesa.
FABÃO: Olha, quero deixar claro que o Rhodolfo e o Tolói são jogadores de qualidade, acho que o São Paulo deveria dar continuidade a eles. Acho que agora a solução seria dar tempo aos zagueiros, meio-campistas e outros setores. Tem que continuar o trabalho.

GE.NET – A sua passagem pelo Goiás em 2003 também foi muito marcante. Você continua falando com o Josué, o Danilo e o Grafite?
FABÃO: Falo bastante com o Josué. A esposa dele é a minha cunhada. Com o Danilo, o contato também é frequente. O Danilo está bem no Corinthians, show de bola. Fizemos uma amizade muito forte.

GE.NET – Você nasceu na Bahia e sempre exaltou as suas origens, mas mora em Goiânia hoje. Como funciona isso?
FABÃO: A minha esposa me enrolou. Ela falou: vamos comprar uma casa em Goiânia e, quando você estiver quase parando, nós vamos ver onde será melhor morar. Aí ela acabou me enrolando, acostumei com a cidade e fiquei.

GE.NET – Você citou que a conversa do Mamoré é uma forma de ajudar um amigo. Quando parar definitivamente, quais são os seus planos?
FABÃO: Eu penso em trabalhar no futebol e também estou atuando na área da construção. Eu tenho uma construtora em sociedade com amigos, que tem a participação até do Josué. Já temos um prédio quase acabado e projetos para mais coisas.

GE.NET – No futebol, você aceitaria ser técnico?
FABÃO: Não, velho. Treinador não seria muito a minha cara. Acho que seria mais um auxiliar. Queria começar aqui na região de Goiânia, em um time do interior, mas ainda não tive contato com ninguém. Por enquanto, é uma intenção, daqui a pouco aparece o convite.

GE.NET – Independentemente da função, se você quiser parar, não passará aperto financeiro, certo?
FABÃO: Não passaria. Não falo que teria uma vida de luxo, mas deu para guardar alguma coisa.



Fonte: Gazeta Esportiva.net

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