No futebol de hoje de alto rendimento, a preparação física é de extrema importância para o sucesso de uma equipe de futebol. Sabendo da importância da atualização na profissão, o preparador físico do XV de Piracicaba, Roberto Grimaldi, 51, não para de se aperfeiçoar.
Formado em Educação Física pela Puc Campinas em 1981, o profissional sempre esteve envolvido com o futebol. “Jogava o amador da cidade e sempre gostei de esporte. Ai surgiu naturalmente a ideia de fazer a faculdade”, cometa.Já no primeiro ano do curso, em 1979, foi trabalhar no Guarani, como preparador físico do time juvenil. Antes de completar a graduação, conheceu seu grande mestre, quando auxiliou Hélio Maffia no time profissional da equipe bugrina. “O Hélio foi muito importante na minha carreira. Me ensinou muita coisa. É uma pessoa maravilhosa”, elogia Grimaldi.
Em 1980, o preparador se transferiu para o maior rival do Guarani, a Ponte Preta. Time em que dedicou grande parte de seu profissionalismo. Na macaca foram três passagens somando nove anos de trabalho. “Na nossa área não tem problema mudar para o clube rival. Não temos tanta visibilidade como os jogadores”, explica Grimaldi.
O professor teve passagens por diversos clubes do interior de São Paulo e Minas Gerais. Dois momentos importantes de sua carreira foram os trabalhos internacionais. Na década de 90 trabalhou na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes e em 2004, na Bolívia.
Grimaldi conta um pouco de sua experiência no exterior. Segundo ele, a adaptação a nova realidade foi a grande dificuldade para trabalhar no Oriente Médio. “Na Arábia os treinamentos são feitos de noite, pois durante o dia, devido ao calor, você não consegue sair de casa ou ficar em local sem ar condicionado. Fui trabalhar com o Carbone (treinador) e tivemos uma experiência incrível”, relembra. Após três temporadas na Arábia Saudita, retornou ao Brasil e passou por Mirassol, Rio Branco e na base do Corinthians, até voltar ao Oriente para trabalhar nos Emirados Árabes.
Sua história no clube piracicabano tem início em 2004. Paulo César Catanoce era o treinador do XV. “O Catanoce tinha sido meu jogador no São Bento e fizemos uma parceria de sucesso”, diz Grimaldi, que conquistou o acesso para a série A2 em 2005, junto com o treinador.
Após a conquista para segunda divisão estadual, o XV passou por um período turbulento e o profissional deixou o clube. Neste momento surge a proposta do time boliviano La Sierra Blooming. Mais um período de novidades e novas experiências ao preparador físico. “Eles gostam muito do trabalho dos brasileiros. Fui muito bem recebido e mais uma vez me adaptei a realidade do país”.
Em 2008, após o convite do então presidente Luis Beltrame, Grimaldi retorna ao clube piracicabano. “Estou aqui desde então. O XV é a segunda equipe que tenho mais tempo de trabalho. São cinco anos e meio e estou muito feliz”, afirma.
Grimaldi elogia a posição da diretoria alvinegra em manter uma comissão técnica fixa. Segundo ele, a mudança constante acarreta um grande atraso no trabalho. “Toda vez é a mesma história. Quando um time não vai bem troca-se toda comissão, ai o trabalho começa do zero e a maioria das vezes não dá tempo de recuperar”, diz.
Há 33 anos na área esportiva, o professor Grimaldi afirma que a atualização constante é de grande importância para o profissional do futebol. “Quem não se atualiza fica para trás. Isso acontece em todas as áreas profissionais. Tem que ler e estudar”, afirma.
Este ano o profissional está encarando mais um desafio. Dentre mais de 500 candidatos a vaga no curso de Pós Graduação de Gestão, Marketing e Direito no Esporte promovido pela Fifa em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), ele foi escolhido. “É uma nova etapa na minha vida. Este curso vai abrir vários caminhos no meio profissional”, finaliza.
Fonte: XV de Piracicaba.com.br
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