De um time desacreditado e considerado por muitos virtualmente rebaixado para a Série A2, para um time cheio de confiança e dependendo apenas de suas próprias forças para garantir a permanência na elite do Campeonato Paulista. Essa é a trajetória do XV de Piracicaba neste primeiro semestre, que mudou da água para o vinho com a chegada do experiente Estevam Soares.
Contratado para a vaga de Moisés Egert, o ex-treinador de Ponte Preta, Palmeiras e Guarani assumiu o desafio de assumir o comando do Nhô Quim, que até então estava na lanterna do Paulistão. Porém, se engana quem achou que o começo foi fácil. Estevam Soares fez sua estreia na oitava rodada, quando perdeu para a Portuguesa, por 1 a 0, fora de casa. Depois foram mais quatro derrotas seguidas (Guarani, Ituano, Mirassol e São Paulo), o que aumentou a desconfiança dos torcedores.Mesmo Estevam Soares tendo cinco jogos e cinco derrotas pelo XV de Piracicaba, a diretoria não sucumbiu a pressão da imprensa e de parte da torcida, optando assim pela permanência do treinador. Esse foi o principal fator que o comandante destacou ao Portal Futebol Interior para que o time se reabilitasse. De acordo com ele, qualquer outro clube iria demiti-lo, interrompendo, assim, um trabalho que sequer havia começado.
"O apoio da diretoria foi de fundamental importância. Tive cinco derrotas seguidas no começo do trabalho e qualquer outro time já teria me demitido. Porém, a diretoria apostou no meu trabalho e aos poucos conseguimos fazer com que os jogadores entendessem nossa filosofia", destacou Estevam Soares.
Reforços e trabalho psicológico
No entanto, a diretoria não foi importante apenas na manutenção da comissão técnica depois de um começo de trabalho turbulento. Após analisar o elenco, Estevam Soares pediu a contratação de quatro jogadores: o zagueiro Rafael Santos, o volante Alê, o meia Diguinho e o atacante Tiago Luís. Todos eles desembarcaram no Barão de Serra Negra com o Campeonato Paulista já em andamento, aumentando assim a qualidade do time.
"Trazemos alguns jogadores que foram importantes, como o Rafael Santos, o Alê, o Diguinho e o Tiago Luís. Foram as quatro contratações que eu pedi e que a diretoria atendeu. São jogadores de Série A do Paulista e também de Brasileiro, que acabaram nos ajudando muito", comemorou o treinador.
Com os novos reforços em mãos, Estevam Soares aproveitou a folga na tabela durante a semana e intensificou o trabalho com o elenco, melhorando as condições físicas dos jogadores, que deixaram de lotar o departamento médico, e dando um padrão técnico e tático ao time. A primeira vitória veio na 13ª rodada, quando o Nhô Quim goleou o Linense, por 4 a 0, fora de casa. Depois disso, foram mais cinco jogos, sendo três vitórias e duas derrotas.
"Depois de uma sequência de 3, 4 semanas seguidas que aí sim apareceu meu trabalho. Conseguimos dar um padrão tático, físico e técnico ao elenco, que resultou nas boas partidas que o time apresentou nas últimas rodadas", comentou o treinador. Porém, Estevam Soares destaca também o lado psicológico que foi trabalho. Não é fácil pegar um time desacreditado e fazer com que ele crescesse de produção em tão pouco tempo.
"Trabalhos muito o lado psicológico e isso é algo que gosto de trabalhar. O lado emocional é muito importante e isso tem sido determinante para nós. A confiança, aquele negócio de acreditar sempre, ter auto-afirmação. Isso vem sendo muito importante para o time acreditar que pode escapar do rebaixamento", reforçou o treinador.
E a última rodada?
Fora da zona de rebaixamento, com 17 pontos, o XV de Piracicaba encerra sua participação no próximo domingo, quando enfrenta o Mogi Mirim, às 16 horas, no Estádio Romildo Gomes Ferreira. Dependendo apenas de suas próprias forças para se manter na elite, o time encontrará um adversário já classificado para as quartas-de-final e que vinha de dez jogos de invencibilidade, até ser derrotado pelo São Paulo no último sábado, na Arena Barueri.
"A última rodada está bastante aberta. Vai ser emocionante. Esperamos ter uma semana boa, uma semana bem tranquila para conseguirmos um bom resultado lá e permanecermos na elite", finalizou o treinador.
No entanto, a permanência do XV de Piracicaba pode vim até mesmo com uma derrota. Para isso acontecer, o Guaratinguetá teria que vencer o São Caetano e tirar uma diferença muito alta no saldo de gols - que hoje é de -6 contra -21 -, além do Botafogo no máximo ficar no empate com o Guarani, em casa. O Pantera é o primeiro time da zona de rebaixamento, com 16 pontos.
Fonte: Futebol Interior
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