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sexta-feira, 23 de março de 2012

'Laranja sem suco' para o São Paulo, Marlos amadurece jogando na Ucrânia

Marlos foi apresentado no Metalist em janeiro

Aos 23 anos, Marlos deixou o Brasil após uma passagem de altos e baixos no São Paulo e rumou para uma vitrine alternativa: o futebol ucraniano. Hoje no Metalist, o meia ainda tenta se adaptar às diversas barreiras do país do leste europeu, mas aproveita o bom momento do clube, grande zebra da atual edição da Liga Europa.
Apesar da equipe não estar em um grande centro do Velho Continente, foi Marlos quem fez a opção de rumar para o time ucraniano. O atleta teve propostas de outras equipes, inclusive do Brasil, e preferiu aproveitar a chance de disputar a Liga Europa.
- É legal que antes de vir para cá eu dei uma pesquisada no elenco e vi que tinha qualidade, com alguns jogadores brasileiros de ponta. Sabia que o clube estava nessa competição e que a gente tinha condição de chegar longe. O Metalist foi um dos melhores clubes da primeira fase da competição e agora a gente vai indo passo a passo. Todos os dias nos reunimos e falamos sobre a importância desse título. E eu vim pra cá querendo conquistar um título e estou animado com essa chance – declarou.
Marlos surgiu nas categorias de base do Coritiba e foi contratado pelo São Paulo, no começo de 2009. Chegou ao Morumbi com status de grande revelação e tinha tudo para ser um dos grandes nomes do elenco. Com uma passagem com bons e maus momentos, acabou tendo um último ano no São Paulo bastante discreto: começou apenas oito partidas como titular em 2011 e deixou o clube desgastado com a torcida.
Apesar de ter deixado a equipe paulista dizendo que sentiria saudades, o meia demonstrou uma ponta de mágoa com a diretoria tricolor.
- Eu continuo acompanhando o São Paulo aqui fora. Às vezes, temos que mudar mesmo, ver se a coisa anda melhor. O São Paulo vem sem títulos há um tempo e os diretores vão ter que mudar muito, se quiserem conquistar títulos. Porque eles tratam jogador como se fosse uma laranja: quando está dando suco, eles tratam bem. Quando acaba o suco, eles descartam. Fizeram isso com muitos jogadores, que saíram do clube e hoje estão bem por aí – disparou.
No entanto, o jogador também ainda guarda carinho pelo clube que o projetou aos olhos do mundo.
- O São Paulo é um grande clube. Talvez se tivesse ido com um pouco mais de idade, teria rendido mais. No momento estou feliz aqui. Mas no futuro, se eu tivesse uma nova proposta, não descartaria minha volta.
Voltando ao presente, Marlos espera levantar seu primeiro grande título na carreira. Para isso, o Metalist precisa passar pelo Sporting, de Portugal, nas quartas de final da competição. E, olhando o histórico do adversário, a missão não será nada fácil, já que o time de Lisboa eliminou o todo poderoso Manchester City nas oitavas:
- Eles vêm crescendo e, se derrotaram o City, é porque têm qualidade. A gente sempre estuda os adversários, e agora vamos começar a ver as qualidades do Sporting – disse Marlos, apontando o Atlético de Madri – que pode ser o adversário do Metalist na semifinal – como outra grande pedreira a ser ultrapassada.
Apesar de nem cogitar um retorno ao Brasil em breve, Marlos tem em sua mente um rascunho do futuro de sua carreira. O jogador tem o plano de ficar no futebol da Ucrânia até 2014, quando deve mudar de ares.
- Eu e meu procurador temos um projeto diferente: eu vou jogar aqui por dois anos e depois tentarei seguir outro rumo. Tudo tem seu tempo. Isso é um planejamento que tenho de vida, mas primeiro quero saber do meu trabalho aqui, jogar bastante e tentar me firmar. Estou feliz - garantiu.

Frio atrapalha adaptação
Superar os obstáculos de um novo país é missão constante de todos os brasileiros que se aventuram no leste europeu. Além da língua de difícil entendimento, o frio castiga aqueles que vêm de um país tropical. E com Marlos não foi diferente.
- Acho que o frio é o que mais dificulta a adaptação, porque é quase impossível de se praticar futebol. Quando cheguei, meus pés e mãos congelavam. Na primeira semana, não conseguia nem ficar cinco minutos fora do ginásio. Colocava duas blusas, duas toucas... Tive até que trocar de chuteira, passar a usar uma de couro. E aí você não sente tanto a bola – reclamou.
E o jogador de 23 anos admite: três meses depois de iniciar sua jornada na Ucrânia, ainda sofre um pouco com os aspectos do país. Mas conta com o apoio de outros companheiros brasileiros, como Cleiton Xavier, ex-Palmeiras, e Taison, ex-Internacional, para driblar os problemas.
- Na verdade, ainda não me adaptei à língua, ao frio, à alimentação... Eles me dão força, sim. Antes de vir, já sabia que eram boas pessoas. Ainda tem o Edmar, que está aqui há mais de oito anos, é naturalizado ucraniano e nos ajuda bastante – afirmou, lembrando que o elenco do Metalist conta com cinco brasileiros e seis argentinos.

Fonte:
Globo Esporte.com

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